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Fleet Foxes fecha o ano de bons shows em São Paulo

Norte-americanos foram a grande atração da festa de dez anos do selo de rock alternativo Balaclava em uma tarde que ainda teve boas revelações nacionais

Por Artur Tavares
13 dez 2022, 12h52

Um dos selos de rock alternativo mais importantes do Brasil, a Balaclava comemorou seus 10 anos com um festival de música no último domingo. No palco do Tókio Marine Hall, o antigo Tom Brasil, a grande atração foi o grupo norte-americano Fleet Foxes, que levou uma consistente audiência fiel para sua belíssima apresentação.

fleet foxes no festival balaclava
(Rodrigo Gianesi / balaclava/divulgação)

Na tarde quente de domingo, o Balaclava Fest o palco principal abriu cedo com o grupo norte-americano Crumb e depois recebeu a apresentação do grupo canadense de garage rock Alvvays. Um segundo palco pequeno, improvisado e bastante confortável no saguão de entrada da casa de shows paulistana deu conta de mostrar algumas novas promessas do indie brasileiro, como Jennifer Souza e Bruno Berle.

Os sete integrantes do Fleet Foxes subiram empolgados para o palco quando já era noite. Aclamados pela crítica e muito aguardados pelo público brasileiro desde o lançamento de seu primeiro álbum, em 2008, fizeram uma primeira apresentação de pompa no Brasil.

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Os coros harmônicos de Robin Pecknold, do guitarrista Skyler Skjelset, do tecladista, Casey Wescott e do baixista Christian Wargo ganham outros tons no palco, mais abertos e menos tomados pelos ecos tão comuns nas canções do grupo. Ao mesmo tempo, a profusão de elementos sonoros produzidos por violões, guitarras, sintetizadores, instrumentos de sopro, percussão, contrabaixo, cravo, banjo e bandolim dão cores totalmente novas às sonoridades barrocas, country e folk.

 

fleet foxes no festival balaclava
(Rodrigo Gianesi / balaclava/divulgação)

No show, que durou quase duas horas, o Fleet Foxes soube transitar bem entre os clássicos e suas músicas mais atuais, tocando igualmente sucessos consagrados de sua fase mais barroca, no primeiro álbum homônimo e em Helplessness Blues, de 2011, até suas criações mais recentes e livres de estilo, nos discos Crack-Up, de 2017, e Shore, de 2020.

Na ocasião, conversamos com o vocalista líder da banda, Robin Pecknold. Confira:

fleet foxes no festival balaclava
(Rodrigo Gianesi / balaclava/divulgação)

Fleet Foxes tem um jeito único de fazer música. A banda também se mantém musicalmente muito consistente desde o primeiro disco. Como vocês mantêm a música simples e incrivelmente boa depois de tanto tempo tocando juntos?
Acho que sempre miramos o longo prazo, tentando manter a qualidade alta e consistente em um grande período de tempo. Admiramos bandas como Wilco, que ainda estão fazendo músicas com seus quarenta, cinquenta ou sessenta anos. Isso garante certas escolhas criativas e mantém o padrão mais alto que uma carreira pode sustentar.

Vocês gravaram com Tim Bernardes no disco mais recente, Shore, e agora lançaram uma música nova com ele para uma série de TV. Como vocês se conheceram e passaram a trabalhar tanto juntos desde então?
Conheci um amigo de Tim em uma praia de surfistas na Nicarágua há muitos anos, e esse cara nos conectou. Durante a pandemia, me apaixonei por sua música. Enviei algumas músicas de Shore e perguntei se ele gostaria de contribuir em alguma, e Tim amou “Going-to-the-Sun Road”, gravando uma grande atuação nela!

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Como vocês enxergam a indústria hoje? Ela ainda espera grandes álbuns, ou prefere trabalhar com lançamentos menores e mais rápidos, como single ou EPs, explorando novidades constantes nas plataformas de streaming?
Parece que a indústria agora busca quem lança seu trabalho de forma mais consistente, permanecendo no imaginário das pessoas. Se fôssemos mais jovens, talvez seguiríamos o mesmo caminho, mas agora pensamos ser mais importante gravar com consistência ao longo de um tempo, garantindo uma qualidade melhor.

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fleet foxes no festival balaclava
(Rodrigo Gianesi / balaclava/divulgação)

Shore foi lançado há dois anos. Estão planejando um álbum novo em breve?
Sim, já estamos nos primeiros estágios de composição.

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