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As (poucas) surpresas e os discursos políticos que marcaram o Oscar 2024

A 96ª cerimônia de entrega do Oscar aconteceu no domingo e concedeu a Oppenheimer a estatueta de Melhor Filme

Por Redação Bravo!
Atualizado em 12 mar 2024, 10h58 - Publicado em 11 mar 2024, 15h05

Após muitas discussões, campanhas e expectativas, a 96ª edição do Oscar finalmente teve seu desfecho na noite do último domingo (10). Sem surpresas, a Academia premiou obras e artistas que já haviam sido reconhecidos em premiações anteriores. Oppenheimer, como muitos esperavam, foi o grande vencedor da noite. Assim como o ator protagonista da obra, Cillian Murphy, que interpretou J. Robert Oppenheimer, um dos físicos responsáveis pelo desenvolvimento da bomba atômica, levou a estatueta de Melhor Ator.

Na categoria de Melhor Atriz, ainda pairavam dúvidas se Lilly Gladstone sairia vencedora, tornando-se a primeira atriz indígena a ser indicada e premiada. Ela arrematou o SAG Awards e o Globo de Ouro. Historicamente, quem ganha o SAG também costuma levar o Oscar já que o júri convidado vota em ambas premiações. Porém, Emma Stonevencedora do BAFTA e do Critics Choice —também era uma das favoritas da categoria levou a estatueta por sua atuação como Bella Bexter em Pobres Criaturas.

A cerimônia, aliás, teve poucas surpresas. Diferente de 2023, neste ano, a premiação voltou a contar com um anfitrião. Pela quarta vez, o comediante e apresentador Jimmy Kimmel conduziu o evento. Com piadas antiquadas, o apresentador arrancou poucas risadas e aplausos durante a noite.

Talvez um dos raros momentos inesperados da noite tenha sido quando Jonathan Glazer, diretor do filme Zona de Interesse, recebeu o prêmio de Melhor Filme Internacional. Em seu discurso, Glazer lamentou as circunstâncias na Faixa de Gaza e condenou as ações de Israel. “Nosso filme mostra para onde a desumanização nos leva, no seu pior”, afirmou, ao ler o seu discurso, com a voz e mãos tremulas. “Neste momento, estamos aqui como homens que negam que a sua judaicidade e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que tem levado ao conflito para tantas pessoas inocentes, quer sejam as vítimas de 7 de outubro em Israel ou o ataque contínuo em Gaza”.

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Do lado de fora da cerimônia, centenas de pessoas protestavam e pediam por cessar-fogo em Gaza. “Sem prêmios em meio a um genocídio” era o lema dos protestantes, que incluíam membros do sindicato Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists e o recém-formado coletivo Film Workers for Palestine. Muitos convidados, inclusive, chegaram atrasados ao evento por conta das manifestações no caminho.

O diretor Mstyslav Chernov, responsável pelo documentário 20 Dias em Mariupol, também fez uma declaração política em seu agradecimento após sua obra vencer a categoria de Melhor Documentário. Nele, Chernov manifestou apoio à Ucrânia na Guerra Russo-Ucraniana. Seu filme retrata o início da invasão e ataques da Rússia na Ucrânia. “Provavelmente serei o primeiro diretor neste palco que diria que gostaria de nunca ter feito este filme”, declarou o diretor ucraniano. “Gostaria de poder trocar isso pela Rússia nunca atacar a Ucrânia, nunca ocupar nossas cidades (..) Gostaria que eles libertassem todos os reféns, todos os soldados que estão protegendo a terra, todos os civis que agora estão nas prisões. Mas eu não posso mudar a história. Não posso mudar o passado.”

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