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5 livros por Eliana Alves Cruz

Por Bravo
Atualizado em 21 set 2022, 22h22 - Publicado em 13 Maio 2019, 10h32

As dicas da escritora e jornalista, autora dos romances “Água de Barrela” e “O Crime do Cais do Valongo” (Malê)

Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus
Acho que todo brasileiro e toda brasileira tinham que ler este livro antes dos 15 anos, na escola. Todo mundo tinha que ler isso. Seríamos outro país se todo mundo tivesse lido em tenra idade Carolina Maria de Jesus. Conforme viramos as páginas, vamos descortinando um grupo invisibilizado pelas políticas públicas e pela sociedade como um todo: as mulheres negras 
e pobres desta nação. Tudo é surpreendente. Não apenas o conteúdo, como a forma. Apesar dos erros gramaticais e de grafia, me encanta o vocabulário dela, as palavras que usa e como as usa… Uma pessoa absolutamente genial e inteligentíssima.

Negras Raízes, Alex Haley
Quando li, nunca imaginei que um dia alguém no Brasil pudesse fazer algo semelhante… muito menos eu! Os mitos de que não temos nenhum registro que possa nos levar aos nossos antepassados paralisam qualquer iniciativa. Realmente muita coisa se foi, mas existem meios de recuperar muitas histórias. Alex me fez desejar o Água de Barrela a vida inteira. Ele me fez olhar para trás, mas de olho num futuro mais consciente e menos sofrido.

Cem Anos de Solidão, Gabriel García MárquezO mundo fantástico deste livro me jogou literalmente em outra dimensão. Li na adolescência e acho que ele me mostrou como a literatura pode tudo e como um mundo mágico e surreal pode ser ao mesmo tempo tão próximo de nós e com pontos que tocam nossa realidade e intimidade. A fluidez da escrita dele me conquistou para sempre.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
A ironia, a forma de contar, a descrição dos personagens. Machado é um mestre e funciona como certas músicas, que limpam os ouvidos. Ele é tão magistral contando uma história que volta e meia temos que ler de novo e mais uma vez.

Ou Isto ou Aquilo, Cecília Meireles
Um livro delícia da infância! Um clássico que me fazia imaginar as cenas, desenhá-las… Lembro que o poema que dá título ao livro me dava uma agonia, pois escolher não é fácil até hoje! Muito lindo como um texto pode falar de coisas tão profundas a uma criança, pois a vida é mesmo escolher o tempo todo. As opções podem ir se sofisticando, mas são sempre “ou isto ou aquilo”.

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