Pedro Tourinho é o atual secretário da Cultura e Turismo de Salvador. Sócio de uma agência de publicidade em São Paulo e escritor, o baiano, através da pasta, apoiou a reabertura do Museu da Cultura Afro-Brasileira, o MUNCAB, fechado havia três anos por falta de verba. “O MUNCAB é um sonho de muitos anos, de muitas gerações. A ideia é que a gente possa, de uma forma muito ambiciosa, mas totalmente coerente, ter em Salvador o museu mais importante de cultura negra fora de África”, explica em entrevista à Bravo!. O político falou sobre essa e outras iniciativas de fortalecimento de instituições relevantes, porém, infelizmente, ainda sucateadas.
À nossa reportagem, ele revelou planos de renovação para o Acervo da Laje e a criação de “parque de estúdios de nível internacional” para o fortalecimento do audiovisual na capital baiana que, segundo o secretário, em cinco anos será “um dos principais segmentos de economia da cidade”. O secretário também comentou ações que saíram como tiro pela culatra, como o caso do Festival Liberatum que, na sua primeira (e possível única) edição em Salvador, foi palco de episódios de racismo por parte da produção do evento, enquanto o mesmo se promoveu com o discurso do encontro entre pessoas negras reconhecidas, famosas e relevantes relacionando luxo à luta pelo antirracismo.
Um fator histórico também foi abordado: a relação de turistas brancos (brasileiros ou não) que acreditam que Salvador seja uma cidade múltipla, mas sim uma empregada disposta apenas a prestar serviços de toda natureza e de forma ilimitada. O turismo é uma prática predatória, o racismo é aprisionador. E agora, o que faremos, secretário?
Leia a entrevista completa a seguir:
Bravo!: Pedro, na sua perspectiva, o que a reabertura do MUNCAB significa para Salvador?
Pedro Tourinho: O MUNCAB é um sonho de muitos anos, de muitas gerações. É um museu que começou a ser estruturado no início do século, em 2003/04 a partir de um grupo de intelectuais ligados à cultura de Salvador. Por uma série de motivos, que desconheço em profundidade, esse museu nunca conseguiu de fato todo o recurso e caminho para se concretizar e abrir. Existiram algumas exposições pontuais nesses 20 anos, porém de forma ainda muito precária. Quando fui convidado para ser Secretário de Cultura, eu coloquei como prioridade que a cidade tivesse um museu da cultura negra porque numa cidade que tem essa identidade, que tem essa cultura, essa população, enfim, não ter um espaço que concentra essa potência e essa história é muito ruim, não faz sentido. Pensando até no próprio desenvolvimento de debates, de discussões, de questões que o museu como centro cultural bem estruturado, pode provocar na sociedade, fazia muita falta esse espaço aqui.
O MUNCAB vem de uma negociação perene com a sociedade. Conheci as diretoras do MUNCAB, a Cíntia Maria e a Jamile Coelho, que tinham de uma forma muito eficiente saneado todas as questões e dependências financeiras e burocráticas da associação que gerem o MUNCAB, a MAFRO, logo percebi que não tem porquê a gente criar uma coisa nova, se você tem um museu que é um sonho de tantos anos, que tem um acervo e possui duas diretoras capazes, no lugar certo, na hora certa para fazer esse museu sair do papel. O que a gente abriu é a primeira parte de uma obra mais longa. Fizemos questão de abrir ainda neste primeiro ano para que a dinâmica já acontecesse e a gente conseguisse, inclusive, trazer outros apoiadores institucionais. A ideia é que a gente possa, de uma forma muito ambiciosa, mas totalmente coerente, ter em Salvador o museu mais importante de cultura negra fora de África.
Logo no início do seu mandato você falou que seu maior desejo e desafio seria fazer com que a cidade se reconhecesse nas histórias que ela conta. Como você percebe esse desafio hoje? Em que pé estamos?
Acho que o meu lugar de homem branco que tá nessa posição hoje é conseguir desconstruir o colonialismo de dentro da estrutura e criar outras estruturas que sejam independentes do homem branco para que as pessoas pretas possam ter o seu protagonismo e suas ferramentas de prosperidade. Porque dinheiro é um ponto chave. Não adianta você dar protagonismo estético, visual, até político eventualmente, se não tem a prosperidade para a comunidade negra.
Então, acredito que daquela primeira fala que eu fiz ali logo que eu entrei (na Secretaria de Cultura e Turismo) sobre a questão do reconhecimento, acrescentaria hoje esse elemento. Não só se reconhecer como se beneficiar economicamente dessas histórias. A maior forma de Salvador se tornar uma cidade justa é através do investimento na comunidade negra. É investir na prosperidade da comunidade negra. Qualquer coisa que não seja isso é reforçar o colonialismo interno, é reforçar a desigualdade racial.
Tivemos recentemente, um pouco antes da reabertura do MUNCAB, o Festival Liberatum, que foi muito importante, mas também controverso com práticas racistas apesar do discurso antirracista. É possível traçar algum paralelo entre os aprendizados com a reabertura do MUNCAB e o Liberatum em Salvador?
Primeiro, acho que não é uma coisa simples essa equação. Por melhor intencionado que qualquer um de nós sejamos, terão momentos nos quais a gente vai errar. A nossa secretaria não garante que não vai errar. O que nos define é como a gente lida quando acontece. A situação de racismo acontece no Liberatum, acontece na farmácia, na padaria, no hospital, no museu. A questão é como é que vai se lidar com isso.
As intenções do fundador, em geral, o esforço que ele fez em vários elementos, eu considero positivos, como a conexão de Salvador com outros criadores internacionais que o evento proporcionou. A maior parte das atividades eram gratuitas. Recebi vários relatos de quem participou das conversas com a Viola Davis, com Angela Bassett… Haviam outros artistas negros que aqui tiveram, se conectaram e trouxeram atenção para o Ilê Ayê, para o MUNCAB… Não vejo muito uma síndrome de vira-lata nesse ponto porque eu acho que Viola Davis veio para cá para buscar criadores daqui para fazer coisas com ela e abrir caminho em outros lugares. Então vejo uma verdade e autenticidade nisso. Mas, como te disse, é muito difícil não escorregar, não ter um problema em qualquer situação, qualquer evento desse tipo que não tenha 100% de pessoas pretas. Ou que seja 98%…
Pela minha experiência acompanhando um pouco esses eventos, o ambiente para pessoas pretas, na minha visão, é muito mais confortável, seguro, potente, se só tiver pessoas pretas. Então acho que o Liberatum tentou, de fato, com alguns descuidos de produção e tudo mais que têm que ser encarado quando acontece, né? De que lado você vai estar, o que que você vai reconhecer, como você vai trabalhar para que aquilo não se repita? E o Liberatum, pelo que eu tenho conversado, também vai fazer seus ajustes e vai se movimentar para assumir também as questões que lhe cabem.
Há entrevistas nas quais você falava sobre o edital, ele é importante, mas é fundamental que nós criemos estruturas fixas e atemporais para que artistas se sustentem sem depender de fato do Estado. Quais são os planos da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, secretário?
São muitas ações transversais que são necessárias para você conseguir trazer prosperidade para o viés da economia criativa. Falando especificamente desse ponto nosso que é cultura, vou dar um exemplo do nosso segmento de audiovisual. O SalCine é um programa que eu considero bem completo de política pública porque pressupõe formação profissional. Abrimos mais de 5.000 vagas de capacitação nesses últimos três meses. Tem uma turma aprendendo direção, fotografia, roteiro, produção executiva, maquinário, iluminação… Então estamos montando realmente uma estrutura técnica de preparação para o mercado de trabalho. Temos editais que injetam dinheiro para a produção de fato e que também demanda uma formalização e estruturação das produtoras para poder receber esse recurso. Estamos investindo nos festivais de cinema para gerar negócio. Ou seja, que o produto daqui possa ser visto e possa circular em outras cidades e até países.
Vamos abrir agora o Salvador FIlme Birô, que é o escritório de auxílio para que produções nacionais e internacionais passem a sere filmadas em Salvador com toda a estrutura que o mercado precisa. Estamos num processo grande para desenvolvimento de um parque de estúdios da cidade no subúrbio ferroviário. Ou seja, tudo caminhando bem, teremos um parque de estúdios de nível internacional junto com iniciativa privada no lugar estratégico da cidade, numa região que hoje não tem nenhum setor econômico vibrante. Acredito que, daqui a quatro ou cinco anos, o audiovisual será um dos principais segmentos de economia da cidade. Isso faz com que a pessoa não dependa de edital, por exemplo. É um sistema autossustentável. O audiovisual para a gente está sendo um bom modelo porque a gente tá meio partindo do zero, não tinha nada na cidade de estrutura para o audiovisual. Nos outros, você encontra outros desafios.
Na música, se tem um mercado que, durante anos, colocou a cultura negra no fundo do palco e não deu o devido protagonismo. Foi uma cultura que foi realmente colocada, como eles mesmo dizem, “na cozinha do palco”. É grotesco que isso tenha acontecido. Conseguir voltar essa atenção institucionalmente para a cultura negra na música é uma reparação nesse sentido. Há fortalecimento institucional dos blocos-afros, dos blocos de samba para que eles consigam de fato ter uma gestão financeira e administrativa das associações, por exemplo.
Falando em subúrbio ferroviário, estamos gravando essa entrevista no dia anterior à abertura da exposição em homenagem a dona Maria Antônia, no Acervo da Laje. Quais são os planos da Prefeitura de Salvador para/com o Acervo?
Eu sou muito fã! O Acervo da Laje me impressionou muito. Estamos com um projeto em conjunto de fazer um espaço maior lá nessa região dos estúdios. Estabelecemos agora uma primeira parceria maior com essa exposição de Dona Antônia e temos planos mais ambiciosos. Na história de Salvador, constituiu-se a ideia de que a cidade está sempre disposta a atender as pessoas vindas do sudeste ou de outros países e servi-las, mesmo que no sentido figurado, de limpar as energias, por exemplo. Como pensar essa relação entre lucro e humanização?
Existem algumas forma. Quem é que a secretaria apoia? Não acho que tenha problema algum o Afro Punk ou o Liberatum fazerem o festival em Salvador. Eles são de fora. A presença deles aqui é muito benéfica se eles tiverem consciência do que vieram fazer e de onde estão. Se eu perguntar para os estilistas dsa marca de roupas Dendezeiro, como foi importante para eles estar no palco naquele momento, eles dirão que foi super importante. Mas enquanto Secretaria de Cultura, precisamos estar muito atentos ao que vamos investir. A Secretaria de Cultura investe mais no Ilê Ayê durante o ano do que quando apoiou o Liberatum, invesimos mais no Malê do que no Afropunk. A Batekoo, por exemplo, que é uma organização daqui de Salvador que faz festival fora, hoje tem o espaço dela aqui na cidade. Então essa mudança de prioridade é uma forma de corrigir esse caminho.
Sim, mas e em relação aos indivíduos que vêm para a cidade com um olhar e prática predatória e cruel? Podemos notar na forma como alguns turistas lidam com as pessoas e a cidade. Como a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo tem pensado a (re)educação de quem vem a Salvador?
Isso é uma coisa do turismo como um todo. Não diria que seja específico do turista que vem para Salvador. Se você perguntar em Florença, o que os moradores de lá acham dos turistas, eles vão dizer exatamente a mesma coisa. São narrativas muito parecidas. Aqui tem a questão do colonialismo e do racismo que triplica o problema. Então, vejo dois caminhos: precisamos ter ferramentas de conscientização para que o turismo não seja uma prática predatória e precisamos ter ferramentas de desenvolvimento, de provocação de mercado, para que venham turistas que não sejam necessariamente predatórios. Além de ter uma regulamentação que proteja o patrimônio, o que também não temos totalmente. Envolve muitas nuances.
Em relação à reabertura do MUNCAB, uma coisa me chamou atenção: a cobrança de ingressos. Não só esse museu, mas também outros museus e instituições culturais da Prefeitura. Quais as consequências positivas e negativas?
A questão maior dos ingressos é que os espaços têm um custo de uma gestão operacional que precisa ser feita. Os ingressos hoje são uma coisa muito pequena dessa conta, mas é um elemento que quando foi pensado, em termos da licitação, tinha essa necessidade de cobrança para viabilizar que a iniciativa privada possa ajudar a operar. Colocamos o ingresso no valor mais barato possível, R$ 20 (a inteira). Mas tudo tem a ver, na verdade, com a sustentabilidade desses equipamentos. É muito difícil para uma cidade hoje financiar toda uma operação cultural. E isso a gente aprendeu com o governo bolsonaro: que, além de ser difícil, é perigo colocar todo o poder da viabilidade na mão do Estado. De alguma forma a viabilidade estará totalmente ligada a quem vai sentar na cadeira. Se acontecer uma catástrofe, como aconteceu, a pessoa pode simplesmente dizer assim “não, não vou mais liberar verba”.
O Museu Afro em São Paulo quase fechou na época do governo Dória. Depois eles resolveram. Por que resolveu lá? Porque tinha uma associação independente que tinha acordos com outros financiadores de fomento privados que tinha uma dinâmica de dinamização dos seus espaços que trazia renda para o espaço independente do dinheiro da prefeitura. O MUNCAB é independente da prefeitura, é uma organização que tem uma gestão separada A gente não se mete na curadoria. Se a gente não permite que eles cobrem ingresso, que tenham um patrocínio, que eles busquem outra forma de financiamento, que Independência vai ser essa?
E você é uma das primeiras pessoas na história recente da cidade que vem de uma trajetória mais ligada à cultura e assume essa pasta. Como você encontrou esse ecossistema?
Acredito que turismo em Salvador é cultura, então não me estranha que turismo e cultura estejam na mesma pasta. Maria Marighella, por exemplo, fala muito que tem que ser uma pasta só de cultura e outra só de turismo. Eu acho que pode ser também separado, mas junto também não me estranha porque, de alguma forma, você está dando até mais força para cultura quando você a coloca ao lado da maior atividade econômica da cidade. O projeto Salvador Capital Afro, por exemplo, é feito através de um programa de desenvolvimento do Turismo. Quando você consegue juntar estrategicamente esses dois meios e entender que turismo é cultura na cidade de Salvador, essa soma potencializa. Mas, realmente, nos últimos anos esse lugar ficou mais focado pro turismo – e para mim foi um desafio. Mas eu também sinto que sentei na cadeira sabendo muito o que eu tinha que fazer no campo da cultura. Isso fez com que eu ganhasse muito tempo.
Você vem da publicidade e propaganda. Como é essa intersecção entre política e publicidade?
Acho que eu vim mais da comunicação. Eu vejo a comunicação mais num aspecto generalista da essência da comunicação humana. Essas trocas, essas construções de consensos, a forma de lidar com diálogo, com o discurso público…Sou publicitário, tenho uma agência em São Paulo, sou fundador da Soko. Mas trabalhei muito mais com entretenimento, com festivais de música, com televisão… Então, me considero mais uma pessoa da mídia e entretenimento do que um publicitário em si, apesar de ser sócio de uma agência de publicidade na qual já não trabalho já tem um tempo.
No primeiro TED Salvador, em 2011, você disse pontuou a mudança no meio de valoração, que agora passa a ser a imagem. Estávamos ainda há pouco conversando sobre se ver e contar a história. Então, como é que você, enquanto comunicólogo, pensador da cultura e escritor, analisa essa produção de valor fundamentalmente ligada à imagem?
O meu segundo livro está escrito já mas não mas ainda não consegui a data da publicação. É um ensaio sobre o cancelamento. Eu discorro mais sobre os impactos da dinâmica do cancelamento na humanidade. Mas no primeiro (livro) eu falo de imagem pública e como isso se tornou capital, um ativo. Minha tese é uma tese essencial da humanidade: quanto mais próximo a sua imagem for da sua verdade, mais potente você é. Tem uma frase de um filósofo português que teve um impacto gigante na formação cultural da cidade, que é Agostinho da Silva, ele fala “torna- te quem tu és e seja contagioso”. Isso tem a ver até com a visão, inclusive da cidade. Salvador, torna-te de quem tu és! Quem é você é de fato? Torna-te isso e se espalha pelo mundo. Esse é o resumo um pouco da minha visão de construção de imagem pública, de cuidado com a própria consciência e em relação à própria cidade de Salvador. Quanto mais próximo ela for de quem ela é de verdade, mais poderosa ela vai ser.
E quais são os acertos e erros desse primeiro ano de mandato?
Eu acho que tinham coisas muito urgentes e trabalhosas, mas ainda assim evidentes, que tinham que ser feitas. Como por exemplo o MUNCAB, o (Teatro) Vila Velha… Como reformar a sede do Ilê, que a gente vai refazer toda. resolver algumas questões operacionais… O Arquivo Público que a gente vai inaugurar mês que vem com o espaço que vai questionar a história da cidade a partir do que não está no Arquivo Público. Como tinha tanta coisa muito evidente, eu não circulei tanto na periferia quanto deveria porque eu foquei muito nesses alicerces do que se tem como cultura da cidade. Então, eu ainda não consegui entrar fundo na cultura de Cajazeiras, de Pirajá, de Itapuã, não consegui ainda… Já estou com o pé na Plataforma, mas ainda acho que o maior erro ou adversidade foi não ter conseguido ainda entrar muito forte nesse desenvolvimento da cultura periférica. Eu acho até que a gente atuou com artistas periféricos, mas ainda na perspectiva de centro da cidade, né? Acho que o foco do primeiro ano foi muito no centro da cidade. Como a comunidade de Cajazeiras vive a cultura ali? Não apenas ela vim até aqui ou a gente ir lá e localizar alguma coisa. Como vivem ali? A Prefeitura tem uma atuação muito forte através da Fundação Gregório de Matos com o Boca de Brasa, que funciona. Mas eu, Pedro, pessoalmente não participei desse processo. Então é uma coisa que eu quero participar mais no segundo ano.
Você pontuou o Vila Velha que é, em síntese o teatro onde surgiram Gal, Gil, Bethânia, Caetano, o Bando de Teatro Olodum com Lázaro Ramos e muita gente. O teatro estava, devido às condições precárias, prestes a fechar. A Prefeitura aceitou reformá-lo. Por que? Como anda a reforma?
É um alicerce da nossa cultura. É aquela coisa que eu te falei sobre as coisas que estão evidentes que tem que ser feitas. É evidente que o teatro não pode fechar. É evidente que alguém tem que chegar junto, é evidente. Foi a partir dessa perspectiva de que é evidente que tem que ser feito que a gente fez. Vamos receber agora essa semana o projeto executivo da obra finalizado. Estamos também acertando a parte final do termo de cooperação técnica entre a Prefeitura e o Teatro para que a gente possa, a partir daí, licitar a obra, comprar todo equipamento e executar essa a obra. Tudo para que ele esteja aberto ano que vem. Ano que completa 60 anos.